março 01, 2008

Vinha eu de Metro

E porque um Metro é um sítio excelente para se conhecer a real situação do país, quando numa estação se sentam à minha frente duas senhoras, senhoras com aquela idade que já têm direito a ser avós.

Pois bem essas senhoras referiam que apesar de ser o último dia do mês vinham para casa sem ordenado.
Os patrões eram diferentes, mas a situação a mesma.
Ambas tiveram que pedir dinheiro emprestado para comprar o passe dos transportes públicos para o mês seguinte e a ambas foi dito para voltarem, uma no Sábado e outra no Domingo, aos locais de trabalho podia ser que recebessem o ordenado nessa altura, mas não era certo.

Realmente estas coisas assustam-me, mas mais do que isso enervam-me.
Existe tanta, mas tanta gente que com o ordenado de um dia era capaz de pagar o ordenado do mês destas senhoras.

É aqui que se vê a enorme desigualdade que existe no nosso país em termos de ordenados, qualquer simples empresa (ou até “chafarica da esquina”) consegue ter os administradores a “nadar em dinheiro”, a colocar facturas na empresa sobre qualquer coisa não relacionada com a empresa e depois o grupo dos trabalhadores a rezarem todos os meses para que o mês afinal só tenha 20 dias ou a rezarem para que o patrão não tenha “este mês de reformular a casa” porque senão já se sabe que não irão ter ordenado.

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