dezembro 12, 2006

Escrevam-se livros

noticia de hoje no "portugaldiario":

"Ex-companheira de Pinto da Costa não foi constituída arguida no caso das agressões ao antigo vereador do PS. Livro é «novo elemento de prova» que pode reabrir casos arquivados, diz fonte judicial. Nenhum prescreveu".

será que só após um livro sair é que se percebe que as coisas estão erradas?
ou será que só se percebe agora, porque dá demasiado nas vistas tapar os olhos?
será por ser dificil também tapar os olhos dos restantes Portugueses?

ninguém tem um livro para escrever sobre a "Casa Pia"?

e sobre as pontes que caiem?

e sobre o avião que caiu em Camarate?
Ah, não sobre este já não vale; já passou a validade não foi? Porque afinal livro até existe e depoimentos também.

e sobre autarcas que fogem para o Brasil e regressam como heróis?

e sobre tantas outras coisas que estão erradas e que se tentam esconder?

agora falta ver se no fim a "Ex-companheira de Pinto da Costa " não irá passar por louca e todos os restantes por honestos cidadãos de Portugal e arredores.

novembro 28, 2006

Onde estão as novidades?

Não sei se pela época Natalícia, mas as noticías não andam muito intressantes.

A história dos professores já deu o que tinha a dar, ou seja já cansa.
Os julgamentos em "banho-maria" igualmente.
A politica ... enfim ... vão-se aprovando coisas com mais ou menos barulho, mas também com a oposição que existe ... os debates nem dão para aquecer.
As cheias ... ninguém tem culpa do S.Pedro andar muito mal-disposto... por falar nisso já alguém pediu subsidios? Ainda não ouvi.

Realmente a única emoção parece ser a visita do Papa à Turquia ...

Não acredito que não ande a existir emoção na politica e nas restantes noticias, parece-me é que tenho adormecido à hora do telejornal.

outubro 23, 2006

Meteorologia

Durante o fim-de-semana voltei a ouvir o comentário pelo IMeteorologia:
- os fenómenos que estão a acontecer são normais para Outubro…

Mas … desta vez acrescentaram:
- no entanto temos que estar preparados para uma maior violência e frequência dos fenómenos naturais.

Ah, é verdade por “fenómenos”, o IM referia-se neste caso a “chuva e vento”.

Será que o facto de serem mais violentos e frequentes, não significa que não é tão normal assim?

Que existe chuva e vento todos nós sabemos e estamos preparados para isso, agora não me venham dizer que a chuva e vento que estão a acontecer são “normais”.
Só é normal por também se chamar “chuva”, mas nunca acordei com o barulho da chuva e muito menos do vento.

Já estou cansada de ouvir o IM dizer sempre o mesmo, e já agora se tudo isto é assim tão normal justifica-se que os Estados Unidos e outros países venham para cá estudar as alterações do clima? É que eles já cá andam há uns anos, e não me parece que nenhum deles tenha dúvidas sobre o que é “investigar”.

A minha dúvida é:
Se o IM disser que o aumento de frequência e violência dos fenómenos naturais, significa uma alteração qualquer do clima, acontece o quê?

E já agora sendo tudo “normal”, vamos lá mandar calar os alarmistas da Protecção Civil; “alerta laranja”, que disparate tão grande!

Informação de última hora – IMPORTANTE
Nos jornais da manhã, já apareceu o IM a dizer:
a chuva que caiu ontem no continente atingiu “ valores muito elevados”.

Fantástico, já se passou ao muito elevado, falta saber se isto também quer dizer “normal”.

outubro 20, 2006

Há sempre uma alma caridosa

Há sempre uma “alma caridosa” que me envia textos “inteligentes”, alguns vão directos para a “máquina arquivadora do meu pai”, outros são tão, tão, … que é impossível não comentar, por isso aqui vai a minha singela opinião sobre cada um dos textos seguintes.

Ah! é verdade, irei apresentar em duas partes, porque realmente os textos são demasiado profundos para que eu consiga dar respostas todas no mesmo dia

No entanto não quero que passem sem a frase que vinha com o respectivo mail, que essa sim não vou comentar, só por uma questão de não juntar mais um à minha longa lista de imbecis disfarçados.


O ENVIO NÃO SIGNIFICA A PARTILHA DAS OPINIÕES MANIFESTADAS, NÃO SIGNIFICANDO ISTO TAMBÉM QUALQUER DISCORDÂNCIA

Agora os vários textos, onde As minhas interpretações apresentadas com as siglas (FdA)


"Mesmo que a conduta do marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus.
FdA: sem dúvida, um marido testado por outras mulheres virá com selo de qualidade, no entanto é de referir que artigos com tanta qualidade deverão ficar encerrados em cofres para que não se deteriorem.

Durante a infância, uma mulher deve depender de seu pai, ao se casar de seu marido, se este morrer, de seus filhos e se não os tiver, de seu soberano. Uma mulher nunca deve governar a si própria.
- FdA: mais uma vez, sem dúvida nenhuma, qualquer homem envolvido na vida de uma mulher deve ter a capacidade de lhe proporcionar um estilo de vida adequado ao elevado requinte de qualquer mulher, a mulher não deverá inclusive ter qualquer conhecimento das possíveis dificuldades desses mesmo homens em lhe satisfazer as suas necessidades, isso só serviria para provocar desconforto doméstico, desta lista de homens estão excluídos os filhos enquanto livres de namoradas.


"Leis de Manu (Livro Sagrado da Índia)


"A mulher que se negar ao dever conjugal deverá ser atirada ao rio.
- FdA: exactamente, acompanhada do seu barquinho de lazer e muito protector solar, para que tenha oportunidade de retemperar os seus ânimos. "

Constituição Nacional Suméria (civilização mesopotâmica, século XX a.C.)


"Quando uma mulher tiver conduta desordenada e deixar de cumprir suas obrigações do lar, o marido pode submetê-la à escravidão.
- FdA: esta escravidão deverá passar obrigatoriamente pela vergonha de ter a presença de alguém que execute essas tarefas, apresentado esse alguém um relatório ao fim do dia com o resultado das actividades desenvolvidas. Passados 25 anos deve ser renovado o teste de conduta no lar.

Esta servidão pode, inclusive, ser exercida na casa de um credor de seu marido e, durante o período em que durar, é lícito a ele (ao marido) contrair novo matrimónio.
- FdA: o credor do marido deve ser escolhido pela mulher, se necessário através de uma nova divida contraída pelo marido, no caso da pessoa escolhida pela mulher não estar na lista inicial de credores. Aconselha vivamente que o marido venha a contrair novo matrimónio, pois é usual que o pagamento de dívidas seja muito longo, no entanto a mulher poderá eventualmente mudar de credor, optando assim por pagar diversas dividas."

Código de Hamurábi (Constituição Nacional da Babilônia, outorgada pelo rei Hamurábi, que a concebeu sob inspiração divina, século XVII a.C.)


"A mulher deve adorar o homem como a um deus.
- FdA: a adoração ao marido é um factor demasiado importante para ser tratado tão levianamente, quando se diz “adorar como a um deus” deverá querer dizer-se “adorar como a um deus que se encontra no céu”, sendo o homicídio permitido se tal for do interesse da mulher

Todas as manhãs, por nove vezes consecutivas, deve ajoelhar-se aos pés do marido e, de braços cruzados, perguntar-lhe: Senhor, que desejais que eu faça?
- FdA: aqui existe um grande problema; nove vezes é um número demasiado elevado para que o marido compreenda a questão, como tal o interlocutor deverá ser alterado e em vez de “marido” deverá ser substituído por “guarda-vestidos” e a frase deverá ser: guarda-vestidos, dá-me um sinal, diz-me se deverei ir ás compras!
Se do guarda-vestidos não sair qualquer som, significa que a mulher deverá de imediato sair de casa e entrar no mundo hostil das compras, se pelo contrário o guarda-vestidos cantar “ atirei o pau ao gato”, a mulher deverá escolher uma roupa já usada por si
"

Zaratustra (filósofo persa, século VII a.C.)

"As mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos. "
- FdA: todos sabemos que uma mulher é uma “cidadã e não cidadão”

Péricles (político democrata ateniense, século V a.C., um dos mais brilhantes cidadãos da civilização grega)


"A mulher é o que há de mais corrupto e corruptível no mundo."
- FdA: não existe maior verdade, qualquer jóia de elevado valor, fará sorrir uma mulher e em contra-partida uma mulher através das suas doces palavras consegue corromper qualquer macho de mente fraca”

Confúcio (filósofo chinês, século V a.C.)


"A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é, portanto, um homem inferior."

- FdA: este tema está em fase de comprovação e por esse motivo alguns homens começam a juntar-se com outros homens, quando isso acontecer com todos, fica decididamente provado que as mulheres estão a mais e são inferiores, até lá o assunto terá que ficar em aberto por falta de provas

”Aristóteles (filósofo, guia intelectual e preceptor grego de Alexandre, o Grande, século IV a.C.)

outubro 18, 2006

Deita fora

"Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura.
Deixa o médico preocupar-se com eles. É para isso que ele é pago.
Frequenta, de preferência, amigos alegres. Os de "baixo astral" põem-te em baixo. Continua aprendendo...
Aprende mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixes o teu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.
Curte coisas simples. Ri sempre, muito e alto. Ri até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem. Aguenta, sofre e segue em frente.
A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo.
Mantém-te vivo, enquanto vives!
Rodeia-te daquilo de que gostas: família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
O teu lar é o teu refúgio. Aproveita a tua saúde: Se for boa, preserva-a. Se está instável, melhora-a. Se está abaixo desse nível, pede ajuda.
Não faças viagens de remorso. Viaja para o Shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faças viagens ao passado.
Diz a quem amas, que realmente os amas, em todas as oportunidades.
E lembra-te sempre de que: A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos em que perdeste o fôlego: - de tanto rir... – de surpresa... – de êxtase... – de felicidade..."

"Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela, mas há também as que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol"


Pablo Picasso

outubro 17, 2006

Perfeitamente justo

Esta carta foi direccionada ao Banco BES, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direccionada a todas as instituições financeiras.o que acham?

Exmos Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.

Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.

Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.
Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.
Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.
Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.

Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".
Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1€.
Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5€ "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".
A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25€ a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".

Mas, os senhores são insaciáveis.
A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal.

Sei disso.
Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.

Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade.


O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.

outubro 16, 2006

Indicador de Economia

Não sei se é um indicador considerado válido pelos organismos conhecedores da realidade económica de Portugal, mas penso que deveria ser.

Tomei consciência que a economia em Portugal está realmente em baixo devido a um indicador a que ninguém se refere: “Valor/Número de Vendas das Ciganas em Hora de Ponta

Venham os maiores economistas chamarem-me doida, mas a verdade é esta, quando ouvem uma cigana no fim da hora de ponta, na primeira semana do mês a dizer:
- Não vendi nada hoje!

O que pensam?

Todos sabemos que qualquer cigano que se preze consegue vender pelo menos uma pastilha elástica por dia, ou uma mala da marca XPTO, ou uns chinelos da moda, ou uma camisa de noite, ou em último caso um gancho para o cabelo das meninas igual ao da Floribella.

Quando isso não acontece significa o quê?

Isto está mau mesmo!

Não preciso de artigos com palavras e números complicados no jornal, nem em programas muito intelectuais na televisão, basta-me ouvir uma frase destas da boca de uma cigana:

- Não vendi nada hoje!


Afinal não me estou a queixar só porque não sei gerir as contas do papá, isto está mesmo mau!

outubro 13, 2006

Portugal

Já recebi várias vezes o texto que aqui coloc, por isso considero importante divulgá-lo de vez.
Como o texto me enche de orgulho, apesar de eu nem ser daquelas pessoas que preciso de muitos motivos para pensar bem de Portugal, e o texto só veio confirmar tudo o que eu pensava de Portugal, pois já conhecia a maior parte dos factos apresentados.

No entanto para aqueles que passam o tempo a dizer “só em Portugal” e “lá fora é que é” …

Portugal vale a pena


Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores. Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.


Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais.
E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência.

Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial.
Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia.
Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se,por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services.
E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo.
E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.
É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito.
De nos orgulharmos disso.
De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha.

E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?



Nicolau santos,
Director - adjunto do Jornal Expresso
In Revista Exportar

outubro 12, 2006

Filha do Admin

não sei quando voltarei a actualizar esta "casa" mas pela certa, será actualizado sempre com assuntos que me irritam e dos quais preciso falar senão sufoco.