junho 18, 2007

Que mania

Que a Igreja Católica tem ultimamente de se meter onde não é chamada, que mania de se meter na casa das pessoas.

Fiquei horrorizada quando ouvi que o Vaticano iria retirar os apoios à Amnistia Internacional porque ela apoiava o aborto ou algo parecido, nem li o resto, confesso que deixou de me interessar, até hoje considero que a Amnistia Internacional fez mais pela Humanidade do que os Srs. Padres do Vaticano.

Mas ainda li que o mesmo Vaticano sugeria aos católicos do mundo que seguissem os seus passos.

Já fui católica praticante, comecei tarde mas ainda me “passeei” pela igreja e pelas suas actividades até tarde, estive mesmo a um passo de me Crismar e gostei enquanto lá andei.
Mas gostei porquê?
Porque tive catequistas inteligentes e um padre inteligente e uma professora de Religião e Moral igualmente inteligente.

E Inteligentes porquê?
Porque nunca nenhum deles tentou encher-me a cabeça com teorias palermas nem ordens (como as que o Vaticano anda com a mania de querer dar).

Mostraram-me que seria bom para mim e para as restantes pessoas com que me cruzo todos os dias se eu fosse … bom agora posso dizer “uma mente aberta” na altura era conhecido por uma “boa pessoa”.

Ensinaram-me que:
devia aceitar as outras pessoas,
devia saber perdoar,
devia tentar ensinar ao meu próximo a seguir os “bons caminhos”,
devia ajudar quem precisa,
devia respeitar os gostos e interesses das outras pessoas,
devia saber ouvir,
devia ser amiga …

Parecem muitos “devias”, mas realmente todos eles me parecem lógicos e não tão difíceis assim de cumprir, ou melhor parecem-me lógicos para qualquer pessoa independente da religião que tem.

Ah, mas também me ensinaram o que era mau, mostraram-me o que era a droga, o tabagismo, o alcoolismo, o engravidar em “criança” … e tudo isto com casos práticos, porque algumas das actividades que existiam no grupo de jovens católicos passavam por ajudarmos no hospital da terra, lares, pessoas sem abrigo …

Acho que se o Vaticano conhecesse as minhas aulas e catequese, todos os meus “professores” teriam sido excomungados da igreja e eu e todos os meus colegas teríamos virado uns verdadeiros rebeldes, porque uma coisa que me custa é aceitar ordens de PALERMAS como neste momento acho que deve estar a acontecer à maioria dos jovens que ouvem estes discursos inflamados do Vaticano.

Realmente não conheço esta igreja Católica que se quer sobrepor a Deus ou melhor que não tem a humildade de se colocar no lugar a que tem direito e dever: ajudar os desfavorecidos e necessitados, aceitar a Humanidade (leia-se perdoar, se for caso disso) tal como ela é, não criticar e nada mais do que isso.

Parece-me que terei que renegar o meu passado “católico praticante”, não quero de maneira nenhuma que me confundam com estes facciosos actuais que se intitulam defensores da moral.
Eu sei defender a minha moral, obrigada. Não preciso da ajuda de um grupinho de “senhores de pedestal”.

8 comentários:

Anónimo disse...

Vim aqui deixar-te o sorriso que não encontras no meu blog :)

liliana_lourenço disse...

Muito interessante o teu texto.
Eu não sou católica, nem nunca fui e nem nunca serei porque não concordo com praticamente nada do que essa religião faz, diz e "manda". (que me desculpem os Católicos que lerem isto mas estou apenas a ser sincera.)
Para mim acreditar em Deus basta-me, não precisando de ter uma religião para tornar mais forte o meu sentimento ou crença.
No que diz respeito ao motivo do teu descontentamento neste post... pois... sabes que a Igreja Católica é manhosa: ou se faz as coisas como ela quer ou então: azarito! Não conseguem destinguir as palavras "aconselhar" de "impôr."
** ** **

Bichodeconta disse...

Pois minha querida se me permite eu diria: Que mania que a igreja católica sempre teve de se meter onde não é chamada!!! Não tenho nada contra a igreja católica, como não tenho contra qualquer outra igreja.. Daí a minha indignação... Vamos então dar a todas as igrejas a mesma opurtunidade de se expressarem sobre as matérias.. Porque um crucifixo nas paredes das escolas públicas? acaso as escolas exibem algum sinal de outras religiões? Desculpa o comentário, mas vinha a talho de foice....Um abraço, boa semana.

Anónimo disse...

Já cá faltava um blog com heresias!

Filipa disse...

Achei o teu post muito interessante!
Em primeiro lugar, revi-me em todas as tuas palavras e com um percurso semelhante.
Mas eu continuei, casamento na igreja(também por influência da família), filho dentro do casamento(por decisão própria) mas baptizado (ASAP) por influência.
No entanto, e contra a influência familiar, resolvi que devia dar um período experimental à relação, e vivi em "pecado". Mas realmente não devo ser uma católica "à séria", já que contra todos os ensinamentos não me senti a pecar.

E acho que aí encontro o grande problema para a religião católica neste momento: pregam doutrinas tão absurdas e irrealistas para os dias de hoje, e as pessoas deixaram de os ouvir!
Tenho também encontrado pessoas pelo meu caminho que me fazem acreditar no meu Deus: fiz o CPM com um casal de avós extraordinário; tive um colega de curso que está neste momento no 3ºano de Teologia; e até mesmo um Diácono que me entusiasmou a voltar à igreja...
A Igreja está ela própria envelhecida, tem que se renovar e crescer(aprender com os seus erros, como todos nós!).

Bjs
Fi

Anónimo disse...

Cá para mim era fazer como mandava o saudoso professor António de Oliveira Salazar: porrada nestes católicos progressistas!
Façam favor de ler mais encíclicas e menos jornais.

Paulo disse...

Que mania, mesmo. Falam "de galo" lá do alto do púlpito...
Paulo

Marco Oliveira disse...

Tá uma coisa animada, esta caixa de comentários!