Não interessa o ano, interessa que é o “25 de Abril” , um dia
de calendário para muitos e não mais do que isso, para outros… um mundo de
sonhos, expectativas de perfeição, de avanço e evolução.
Para mim quando aconteceu, não significou muito, nem percebia
o que era, em casa não se falava do assunto, excepto o meu avô que felizmente
foi sempre contra a corrente. Percebi que depois disso as pessoas pareciam mais
alegres, até eu partilhava dessa alegria, porque me lembro de cantar imensas
vezes “a gaivota que voava” enquanto andava de baloiço, e já se falava na rua,
falava-se imenso na rua, as pessoas juntavam-se em pequenos grupos para
conversar, passou a existir “barulho” na rua.
Mais tarde, na parvoíce da adolescência achei que o 25 de
Abril não servia para nada porque afinal eu continuava sem poder fazer o que
queria nem ir onde me apetecia. Que chatice, todos falavam em liberdade e a
minha liberdade era só no meu quarto, onde sonhava viver até aos 120 anos, pelo
menos.
Muito mais velha, comecei a perceber o que o meu avô falava e
contava sobre o “antes 25 de Abril” e comecei a pensar… ainda bem que não está
cá, ia entrar em colapso, afinal a alegria dele tinha sido muito curta, e aquilo
porque passou não estava a ter os frutos porque lutou, pouco ou nada do que se “vendeu”
com o 25 de Abril aconteceu.
A corrupção aumentou, os senhores de “olhar no
umbigo” são cada vez mais, as desigualdades aumentam, as mentiras passam a ser
a realidade, a honra deixou de existir, penso que com o “desacordo ortográfico”
nem precisa existir no Dicionário, aqueles negócios que se faziam baseados na “palavra”
não contam, já reparei que nem com as crianças isso acontece.
E depois de tudo o que vejo percebo que afinal o “25 de Abril”
foi um tempo que passou, foi bom enquanto durou e trouxe boas ilusões, agora
precisamos de outra data, outra data que acabe com tudo o que de mau foi
trazido pelos que se aproveitaram do 25 de Abril. Qualquer data serve, não sou
esquisita, só peço que não seja no dia de Natal porque nesse dia não penso em “dar
cabo de ninguém”, mas por favor, alguém com iniciativa, que se lembre o que é a
honra, a boa vontade, o ajudar, o avançar, o fazer o bem, o trabalhar para o
conjunto, o ser só por ser e não para parecer, … que venha para a frente, que
faça barulho, que escolha outra flor (sugiro já o malmequer branco), que se
faça ouvir, e que seja um LIDER.
Preciso, quero que o meu filhão, os meus afilhados, os meus
priminhos tenham a mesma sensação que eu tive: que giro as pessoas andam mais
felizes e cantam!
1 comentário:
Calma...decerto algum ouvirá o apelo...Líder sim...ms devagar...talvez! Sorry...Leu
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