“Portugueses vão assumir mais riscos das PPP para proteger a
Banca”. Isto é bom, porque reparem bem, participamos quando:
- oferecemos os subsídios de férias e de Natal, mas só alguns,
porque outros só têm dois abonos a mais por ano de valor igual ao ordenado, por
isso não se chamam subsídios de férias ou Natal, logo não podem ser retirados.
- pagamos mais IVA,
mesmo que seja só para comer pão ou beber leite. Parece que se comprarmos um
barco de luxo pagamos a mesma taxa de IVA do que se comprarmos uma t-shirt no
hipermercado ou até um barco de pesca para sobrevivermos.
- emprego não há, mas como os transportes passaram a ter
menos passageiros, aumentam-se os transportes, afinal sempre há uns felizardos
que não têm dinheiro para andar de carro de luxo e podem muito bem pagar o
autocarro e o metro e compensar os prejuízos.
- não vamos a discotecas e restaurantes de luxo (nem dos
outros) durante as férias porque preferimos contribuir para a economia de
bairro e optamos por fazer uma sandes de manteiga e comê-la na porta do prédio
(muitas casas também não têm varanda para se ir comer fora).
- os reformados, só de uma reforma e quanto mais baixa
melhor, também contribuem afincadamente, porque se estão mais velhos não
precisam de ter dinheiro para se divertirem, até porque não devem ser
suficientes luminosos para aparecer em revistas cor-de-rosa.
- e ainda ajudamos a banca a manter os seus lucros, para que
apesar de terem recebido apoio do estado não se sentirem obrigados a nada para
o recompensar, e o estado somos nós. Continuamos a pagar a corrupção dos BPN e
afins.
Com tudo isto e muito mais que nem digo porque já me está a
fazer doer o estômago, fartamo-nos de participar e se as coisas forem bem
feitas, vamos participar tanto, mas tanto que nem vai ser preciso descobrir as
falcatruas das PPP, nem fechar fundações sem utilidade civil, nem acabar com as
despesas pagas dos que nada fazem mas que falam como se soubessem o que dizem e
pior soubessem o que os outros sentem.
Resumindo: vamos lá contribuir mais um bocado para que não
seja necessário mexer no verdadeiro cancro de despesas que existe escondido
pelo estado. Só falta um bocado para saírem incólumes e ninguém falar mais no
assunto.
Vá um esforço final de mais três anos e isto acaba e nós
também que morremos à fome, ao frio ou emigramos.
Que país limpinho que vamos ter nessa altura!